6. Uma mulher Sublime: Humildade


Rute era uma governanta dedicada e atenciosa, sempre atendia as necessidades de todos da casa que trabalhava.  Enquanto ela tomava um suco de goiaba em sua mesa, ela pensava e analisava, cada minuto , cada momento, em que passou na casa de sua ultima chefe. 

     Quando ela foi chamada para trabalhar casa dos Ferreiras , era o seu segundo emprego, o primeiro não foi uma boa experiência, recebia maus tratos e desprezos dos filhos dos donos da casa, ao mais tardar pediu demissão. Poucos anos depois, ela é contratada para trabalhar na casa dos Ferreiras. Ajeitou seu uniforme, não tinha muito expectativa, ainda tinha em mente tudo o que sofrera na ultima casa. 
   Ao chegar em seu novo emprego, diante de um portão enorme vermelho, ela tocou a companhia, e uma senhora loira , com um sorriso deslumbrante e semblante pacifico se aproximou com as chaves nas mãos.
- Bom dia Rute, certo ? – a cumprimentou desencadeando o portão.
- Bom dia senhora, sim sou a Rute. – Afirmou.
- Ótimo, seja bem-vinda. – Levantou a mão para a cumprimentar. – Sou Felícia. Pode entrar, por favor.
Felícia era uma mulher aparentemente com oitenta anos, era gentil e simpática. Ao entrar na casa Rute chegou a ficar tonta pelo o espaço ser gigantesco e, como todas as casas luxuosas havia uma escada na extremidade da sala principal.
- Espero que se sinta em casa. – Disse Felícia, com um sorriso preocupada.
- Não se preocupe comigo. – Confortou-a, Rute.

Então Felícia tirou o dia para apresentar a casa toda, a cozinha, os quartos , inclusive o dela que continha muitos medicamentos em sua instante, banheiros, salas de jogos ... e também as pessoas da família que moravam na casa. Não eram muitas pessoa. Rute conheceu as três crianças da casa,  Natalia, Jeferson e Hugo. Depois uma adolescente, Maira Ferreira e os avós Ferreira. A adolescente era quieta e séria , provavelmente  devido a idade, todos os adolescentes são assim, e por ultimo conheceu a senhora Carla Ferreira.
- Bom, a senhora Carla Ferreira é um pouco mais rígida que todos os outros da casa. – Alertou Felícia antes que entrasse no quarto dela. Ao entrar, Rute se deparou com a senhora Carla Ferreira deitada em uma cama com equipamentos médicos dela, ouvia-se o radiograma apitar as batidas de seu coração, ela estava sentada na cama com uma mesa de cama sobre o seu colo, após tirar a colher da boca, franziu a testa.
- A sopa está muito quente! – Reclamou Carla.
- Carla..
- Ferreira,é senhora Ferreira, Felícia! – Exclamou Carla Ferreira, e em seguida, com uma tosse.
- Me desculpe senhora Ferreira. – Disse Felícia, e puxou Rute para um canto do quarto.- Ferreira era uma diplomata, já deu para vê como é o seu jeito, quero pedir-lhe que tenha um pouco mais de paciência com ela.
- Sem problemas senhora Felícia, estou aqui para servir.
- Obrigada. – Felícia soltou um ar de alivio. – E por favor sem formalidades comigo. 
Rute sorriu com a humildade de Felícia, era uma senhora valiosa. No dia seguinte Rute iniciou o seu expediente, e como imaginara não foi dos um dos melhores dias que já teve em sua vida. A adolescente Maira pegava copos para beber algo e os deixava espalhados pela a casa, quando estava em casa mexia no celular sem parar e a noite encaminhava para a faculdade. Os avós Maria e Luiz Ferreira sempre apontando para algo que Rute devia fazer, ela queria muito dizer a eles que bem sabia de seus afazeres , porém , simplesmente fechava a boca e os deixava falar. As crianças corriam pela a casa e espalhava brinquedos, Rute pensou que são apenas crianças  eles brincam mesmo, mas os adultos podiam ser um pouco mais organizados. A Felícia sempre estava em seu quarto, as vezes, saia para tomar um ar , conversar um pouco com Rute e aproveitava para lhe oferecer um suco de goiaba sentadas na mesa da cozinha, ela era gentil o tempo todo e tinha uma sabedoria invejável.
- Felícia! O que pensa que está fazendo ? Rute tem muita coisa para fazer. – Berrou o vovô Luiz Ferreira. Rute levantou de um salto e, foi imediatamente para seu serviço, só foi o tempo de olhar para trás e vê que Felícia se levantou com um semblante de desapontamento para o vovô, e a ouviu dizer: Não a trate deste jeito, não é legal.

    Ao passar do tempo Rute se acostumou com todos os serviços da casa, o difícil era se acostumar é todos a tratarem como uma empregada, exceto Felícia. Insuportável era a senhora Ferreira, sempre a chamando e reclamando de algo , nunca estava contente, sempre pedia comida ou algo para beber, fechar e abrir as cortinas, ajeitar os travesseiros, Rute tinha a ciência que devia fazer essas coisas, afinal, ela estava doente, no entanto, custoso era realizar sobre exigências e críticas da senhora Ferreira.

- O chá esta frio! – Resmungou pela a quinta vez no dia , senhora Ferreira.
- Senhora Ferreira, me certifiquei que estivesse ao ponto certo.
- Traga-me outro, se quiser manter este emprego e, por favor, amarre este cabelo não quero vê fios sobre o meu chá.
Respirou fundo e, pegou de volta a xícara para preparar-lhe um novo. Enquanto aguardava a água esquentar, Felícia entrou na cozinha com os olhos vermelhos e uma afeição exausta, contudo, soltou um leve sorriso para Rute.
- Olá Felícia, está tudo bem? – perguntou Rute, preocupada.
- Olá minha querida, estou ótima. 
- Deseja algo? – interrogou, Rute.
- Não, obrigada. – Após dizer isto, encaminhou-se para a geladeira e pegou uma jarra com suco de goiaba e , apanhou os copos e os encheu com o suco. 
- Me desculpa Felícia, hoje não vou poder sentar para tomar um suco, tenho que levar o chá para a senhora Ferreira.
- Ah, por favor Rute, faz-me esta companhia? – insistiu Felícia.
Rute assentiu temerosa, no entanto, abriu esta exceção para se sentar com Felícia como fazia todas as tardes. 
- Você é uma ótima governanta Rute , e tão jovem. Porque decidiu ser governanta? – perguntou Felícia, curiosa.
- Meus pais queriam que eu fizesse faculdade de pedagogia, a todo custo. Eles não tinham dinheiro para pagar, então usaram o que estavam ajuntando, mas, acabou que eu tive que tranca-la.
- Pedagogia, é ótimo para você Rute, que é tão calma e ativa.
- Obrigada Felícia. 
Felícia inesperadamente levantou-se e , pegou a xícara das mãos de Rute e, escorreu o chá para dentro.
- Felícia, pode deixar eu faço isso.
A senhora então se desviou de Rute e disse que ela faria isso para ela, e ao entrar na sala advertiu a Maira para que pegasse o copo que estava na instante, lava-lo e o guardar, a adolescente escureceu o rosto e em seguida, obedeceu.

  
     Dois anos depois, amanheceu e, Rute avistou um tumulto, quando chegou á sala principal da casa , as crianças que eram filhas da senhora ferreira estavam quietas. “O que houve?” perguntava-se ela.
A adolescente entendendo a duvida da governanta e logo disse: “Felícia, faleceu esta noite.” Inconformada com a noticia, Rute espantou-se e começou a questionar a adolescente, que explicou de forma curta e incompreendido, pois aparentava está impaciente , afinal, como sempre fora. A única coisa em que a governanta pode entender é que há anos Felícia, combatia uma doença.
   Foi feito um funeral digno a memória daquela bondosa mulher, que deixou a vida de Rute marcada com sua humildade, mais tarde, ela descobriu que a dona da casa era Felícia e, também bancava a todos, como a faculdade de Maira, medicamentos e outros custos que precisa para a senhora Ferreira, além de ser proprietária de todas as outras fábricas. 
O advogado de Felícia entregou para Rute uma carta supostamente escrita por Felícia.   


“ Querida Rute.
Você lembra-me quando era jovem, cheia de vida e energia, porém , o que mais admirei em você foi a sua humildade e a servidão , isto não se encontra em qualquer um. Vejo o que sofre com alguns da casa, e provavelmente do seu ultimo trabalho também não fora fácil apesar de nunca ter comentado comigo. Pessoas boas, como você, as pessoas aproveitam , no entanto, o meu conselho é , continue com esta virtude admiradora que você tem e jamais perderá as pessoas que te amam. 
 Em gratidão á sua companhia deixarei parte da herança de uma das minhas empresas em suas mãos , pois, sei que nunca mudará. Vai minha querida , termina sua faculdade, e peço mais uma vez, valorize essa humildade admirável. “

Lágrimas saíram de seus olhos a molhar teu rosto, Felícia foi uma mulher sem igual, a humildade se encontrava nela, apesar de ter falado apenas de Rute. Depois daquele dia a governanta guardou dentro de si tudo que Felícia significava para ela, sendo assim, tornou-se uma mulher sublime.

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