Como me livrei da síndrome da “Boazinha.”

 


 Hoje estamos repletos de muitas informações, e uma delas que eu tenho visto é sobre a síndrome da Boazinha. Mas, afinal, o que é isso?

Se por acaso você já ouviu a seguinte frase: “Você não tem que agradar a todo mundo.” ou” Você vai tem que escolher uma amiga só, eu ou ela.” Você pode estar correndo o risco de ter esse indicador ou já teve. É normal querer agradar aquela pessoa que te inspira, que acha o máximo, no entanto, deve-se haver limite.

Eu como a antiga Boazinha, dedicava-me para que todos se orgulhassem de mim e quisessem ficar perto. Quando eu tinha novas amigas, não queria perdê-las por nada, e então eu fazia tudo o que elas queriam e esperavam de mim, na tentativa insana de ganhar o respeito e a amizade delas. Aquela sensação de tê-las como minhas amigas fazia-me sentir importante. Um simples comentário como do tipo: “Finalmente aprendeu a comprar roupas melhores”, já me fazia feliz e eu ignorava que era um comentário maldoso. E, mesmo com tanta dedicação, vinha críticas desagradáveis, e as pessoas agiam como se eu não tivesse feito nada por elas. Esse foi um dos problemas de tentar agradar a todos, eu esperei por retribuição, sendo que ninguém pediu que eu negligenciasse as minhas vontades e o que eu era, para realizar o desejo delas, aliás, devia ter me tocado que eu não era um gênio da lâmpada, nascida para prontamente atender os pedidos de todos, eu era humana.

O resultado dessa minha posição foi perder a minha identidade, se me perguntasse naquele tempo o que eu era ou o que eu gostava, seria tudo mentira o que eu diria, porque as respostas não seriam sobre mim, seria sobre as pessoas ao meu redor, que me influenciavam, eu podia aprender e ter coisas boas dessas pessoas, mas não por completo. Acostumada a atender os pedidos e fazer de tudo para conquistar as pessoas, que acabei me deixando de lado. Vivia em total pessimismo, não me considerava inteligente o suficiente para conversar com uma das amigas em que eu tentara agradar, ou bonita o bastante para andar com o grupo de amigas que me dediquei puramente, ou confiante para falar em público. Reprimida por mim mesma, escondendo-me atrás de máscaras e mentiras, não sabia nem a cor que mais me chamava a atenção.  

Eu não estava sendo verdadeiramente boazinha. Inautêntica e contida, era o que eu estava me tornando. 

Eu não vou dizer que foi cem por cento ruim o tempo em que passei com essas pessoas, porque não foi. Apesar de tudo, elas viam coisas boas em mim, e até mesmo me elogiavam, só eu que não via, pois eu estava cega demais para enxergar. De todas as coisas que elas falavam para mim eram valiosas, essas portanto, eu ignorava, e voltava na dedicação de fazer mais pelos outros do que para mim mesma.

Algumas horinhas, sozinha, bastou para limpar a minha visão que estava embaçada para me enxergar. Já se perguntou, se você ficasse sozinha consigo, teria coisas interessantes e novas para mostrar? 

Foi o que me levou a entender que eu precisava urgentemente de uma revisão. Consertar os erros e os estragos feitos pelos meus pensamentos, cortar o que não faz parte de mim e restaurar o que eu devia incluir.

Enfim, me senti tão viva, tão eu. E se quer saber, me assustou de início descobrir quem eu era, não sabia a amplitude do meu interior, era como um novo mundo, trazendo pensamentos e valores inéditos. Enxergando a beleza de meu rosto, do meu corpo e do meu coração. O meu cérebro podia atingir o máximo de conhecimento, mais do que eu imaginava. Na real, parecia coisa de outro mundo... Só um instante, é coisa de outro mundo, um outro mundo que não era das minhas amigas, colegas, irmãos, pais, tios... Era um mundo chamado: eu interior. A partir disto, me entreguei para novas sensações, gostos, sonhos, imaginações... O verdadeiro eu, não se conquista, se recupera, pois quando nascemos, sabemos o que queremos e o que somos, o problema é se perder com o tempo. Óbvio que podemos e devemos nos inspirar em pessoas, mas muita calma nessa admiração. Seja você, que é a sua verdadeira identidade. E é claro, seja sempre uma pessoa boa, nunca se esqueça da benignidade, e sim, as vezes ela vai exigir sacrifícios, faça, mas nunca negocie os seus valores e princípios para agradar, faça o bem com as intenções certas. 

Hoje amo ajudar, ser uma pessoa boa, e até mesmo me sacrifico por quem eu amo e quero, mas isso porque me encontrei, sei o que sou, e nunca mais mudei para poder ser bondosa e aceita. E, francamente, ser sincera consigo e com as pessoas, já é um gesto de bondade.

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